sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Proposta proíbe propaganda eleitoral em muro

Começa a tramitar na Câmara Municipal, um projeto do vereador Rafa Zimbaldi (PP) que promete alterar drasticamente o perfil das campanhas eleitorais em Campinas.
A proposta, encaminhada para as comissões pouco antes do recesso de meio de ano, prevê a proibição da pintura de muros - residenciais e comerciais – com propaganda eleitoral, durante o período de campanha autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com a legislação em vigor, a propaganda eleitoral em propriedade privada é livre, seja ela por meio de faixas, placas, cartazes, inscrições ou pinturas. A única exigência é a de que o candidato deve ter o consentimento do proprietário. Esse tipo de propaganda é proibida em bens públicos.
Rafa Zimbaldi diz ter alguns motivos para acreditar que a proibição vai ser benéfica. De acordo com ele, além de a cidade ficar menos poluída, a medida vai provocar uma mudança no comportamento do candidato, que terá, segundo ele, de buscar formas mais saudáveis de atingir o eleitor. “Eu já cheguei a usar muito muro durante a campanha, mas acho que esse comportamento pode ser modificado. Vai ser melhor para a campanha se o candidato visitar os bairros, conversar com eleitores, ouvir os problemas da comunidade”, disse. “Além disso, todo mundo sabe que o muro não faz a diferença entre a vitória e a derrota de uma campanha”, acredita.
Rafa Zimbaldi diz que a proposta é consequência de erros históricos ocorridos em campanhas eleitorais no Brasil. “Muitas vezes o candidato perdedor simplesmente esquece de apagar a propaganda ou recuperar as cores originais do muro. Terminada a eleição, a cidade fica feia, poluída”, argumenta. “Nas últimas eleições, Campinas teve perto de 700 candidatos a vereador. Se cada um acaba pintando 10 muros, o que é um número bastante modesto, aliás, dá para a gente ter uma ideia de como fica a cidade”, lembrou o vereador.
Rafa diz que a regra poderá ser adotada em Campinas, independentemente do que determinar a legislação eleitoral. “Podemos, sim, fazer uma regra específica para cidade. Em Indaiatuba, por exemplo, não pode. Não sei como está agora, mas até bem pouco tempo atrás não podia carro de som em Sumaré. Em São Paulo, os banners são proibidos”, diz ele. “Se a gente quiser, pode criar restrições como essa exclusivamente para Campinas”, acrescenta.
A proposta de Rafa Zimbaldi obedece a uma tendência da própria justiça eleitoral, que nos últimos anos vem tentando imprimir uma nova dinâmica às campanha eleitorais. No ano passado, o TSE ampliou as restrições e ficaram proibidos os chamados showmícios (artistas não podem se apresentar, sendo remunerados ou não), assim como a distribuição de brindes como camisetas, bonés, chaveiros ou a colocação de outdoors.
O vereador está otimista. “Eu acho que (o projeto) tem grandes chances de passar. Os vereadores estão se mostrando sensíveis ao problema pois sabem que isso fará bem para a cidade e também para imagem do candidatos”, acredita Rafa Zimbaldi.

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